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Data: 23/10/2023
Evento ao vivo reuniu especialistas para discutir o panorama do mercado de ativos digitais e instituições financeiras
Promovido pela Parfin, o Webinar Perspectivas do Drex reuniu um time de experts para debater o projeto piloto do DREX, o “Real Digital”, bem como suas vantagens, desafios e o impacto que terá na economia. Além do CEO e co-fundador da Parfin, Marcos Viriato, o Gerente de Digital Assets do Banco BV, João Gianvecchio, e o CEO da B3 Digitas, Jochen Mielke.
Veja aqui os principais insights compartilhados!
1 - O DREX terá grande impacto na digitalização da economia
A exemplo de mais de 80% dos Bancos Centrais do mundo, o Brasil está desenvolvendo a versão tokenizada e baseada em tecnologia blockchain da sua moeda soberana, o DREX (ou “Real Digital”). São 16 participantes, dentre eles Parfin, B3 e BV, atuam em parceria com a autoridade monetária.
A tecnologia trará uma série de mudanças estruturais, vantagens e novas oportunidades ao mercado de ativos financeiros e, futuramente, até mesmo não-financeiros. “O Brasil olha muito para a utilização da CBDC (Central Bank Digital Currency) como forma de melhorar a infraestrutura de mercado, de você ter ativos tokenizados e poder trocá-los instantaneamente”, explica Marcos Viriato, CEO e co-fundador da Parfin, “isso tem uma série de aplicações”.
Para o mediador Orlando Telles, este será “um sistema que não terá apenas um caso de uso matador, mas talvez um novo paradigma para a forma como estruturamos o próprio mercado financeiro”. Esse novo paradigma terá grande impacto na economia. “A grande mudança disso é que você tem um chassi único onde todos os ativos podem estar circulando”, completa o CEO da Parfin, “uma mudança gigantesca para as arquiteturas, sistemas e de processos de liquidação das instituições”.
2 - O “Real Digital” vai destravar valor e gerar uma série de benefícios
A implementação do DREX tem o potencial de viabilizar a tokenização de ativos no Brasil, um mercado promissor que pode chegar a valer 20 trilhões de reais no mundo todo em 2030, segundo o Citibank, e beneficiar toda a economia, a primeira delas sendo a padronização.
“O nome do jogo aqui é padronização”, explica o CEO da B3 Digitas, Jochen Mielke, “sem a padronização você acaba com o mesmo status quo de várias ilhas, várias plataformas que exigem esforço maior do ponto de vista de interoperabilidade”. Para o Gerente de Digital Assets do Banco BV, João Gianvecchio, o “mercado terá muito mais liquidez, uma vez que teremos todos os ativos dentro de um mesmo sistema, de forma interoperável, vinte e quatro por sete”.
Outra vantagem será a programabilidade do sistema. Será possível usar smart contracts (contratos inteligentes) para automatizar transações. “É realmente um jogo de trazer diferentes componentes que rodam em uma rede descentralizada, para que eles componham diferentes lógicas de negócio”, explica Mielke. Esse recurso, ainda segundo o CEO da B3 Digitas, “é o que mais destrava valor, a capacidade de você programar pagamentos, algo que não se faz hoje com o PIX”. O resultado será um mercado mais eficiente e seguro e custos menores para o usuário final.
O DREX também deve trazer vantagens para a análise, avaliação e mitigação de riscos de crédito. “Uma vez que com o smart contract você consegue fazer toda a rastreabilidade de um contrato”, explica Gianvecchio, “é muito mais simples o processo de colateralizar um crédito”. Isso vale para a negociação de ativos financeiros que venham a ser tokenizados, como debêntures, letras financeiras e CDBs.
3 - Modelos de negócio mais eficientes e inovadores surgirão com o DREX
Além de destravar valor e trazer inúmeras vantagens, o DREX deve impulsionar novas formas de fazer negócios. “A partir do momento que você tem a moeda rodando na mesma camada dos ativos tokenizados”, explica Viriato, “isso vai destravar muitos casos de uso”.
Um exemplo é o mercado de financiamentos de veículos, que sofre muita fricção com complexidades e intermediários. “Em uma rede interoperável, você passaria na esteira de crédito do BV, que faria a liberação direto para o lojista ou para concessionária”, ilustra Gianvecchio, “e uma vez que o dinheiro bate na concessionária, o registro do documento é feito de forma automática via DETRAN, por exemplo”. Eventualmente, com regulamentação e base técnica, os próprios veículos podem ser tokenizados e negociados na forma de NFTs (Non-Fungible Tokens), abrindo ainda mais possibilidades.
O comércio exterior também foi mencionado como área de inovação. Hoje, “quando você vai receber ou fazer alguma transferência de alguma mercadoria, o dinheiro fica parado três, quatro dias”, continua o Gerente de Digital Assets do Banco BV. “Uma vez que você utiliza uma CBDC interoperável, em redes padronizadas, você consegue reduzir o custo dessa transação e reduzir o tempo dela”, conclui.
“O DLT e o Drex são um trilho para esses novos modelos que podem surgir daqui”, complementa Mielke, “seja com novos modelos de negócio, seja com ganho de eficiência em relação aos modelos que existem hoje”. Para Telles, “o sistema financeiro cresce como um todo com essa estrutura, com essas novas possibilidades”, que devem surgir conforme o DREX gerar soluções mais eficientes, baratas e seguras.
4 - Os desafios do DREX serão superados em conjunto
Além das questões técnicas para viabilizar o DREX, há questões de regulamentação a serem solucionadas. “O primeiro grande desafio é de governança, não somente em relação ao DREX, mas em relação às DLTs de uma forma geral”, explica Mielke, “manter controle e rigidez de uma rede descentralizada não é um desafio fácil, e muitas vezes exige a colaboração entre diferentes instituições”. Ainda conforme ele, o Banco Central vem trabalhando como um grande catalisador desse movimento.
“Alguns dos desafios serão mais simples, outros mais complexos, e exigirão mudanças regulatórias para que isso flua”, concorda Viriato, que também vê como positiva a atitude do BC neste sentido. Além da regulamentação, outras questões relevantes como privacidade, escalabilidade e segurança cibernética têm avançado em todas as frentes através de esforços conjuntos das partes envolvidas no piloto.
5 - Os próximos passos na jornada do DREX
“O mundo dos ativos digitais veio para ficar”, lembra Viriato, recomendando que empresas devem desde já “começar a construir os alicerces” para se adaptarem à nova arquitetura tecnológica e aproveitarem ao máximo o potencial do DREX.
Segundo o CEO da Parfin, além do trabalho para solucionar os desafios mencionados, há um esforço para permitir que instituições financeiras, funcionando como nós da rede, possam atuar como validadoras das transações. Este passo depende de soluções nas frentes de privacidade, assim como da viabilidade econômica, e pode trazer mais resiliência ao sistema do Real Digital, descentralizando a carga e protegendo sua disponibilidade no mercado digital.
As perspectivas para o DREX são promissoras e devem tomar uma forma ainda mais consistente já a partir de 2024. “Estamos convergindo para um cenário muito positivo”, conclui Viriato, “com o Real Digital funcionando como a liga para destravar essa nova economia tokenizada”.
Relatório Perspectivas do DREX: Uma Visão Institucional
O papo foi mediado pelo influenciador e analista de cripto, Orlando Telles. Quer se aprofundar no tema? Acesse o relatório completo Perspectivas do Drex: Uma Análise Institucional. O material aborda em detalhes o cenário atual do mercado e o impacto significativo que o DREX (Real Digital) terá na tokenização da economia brasileira.
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