Conhecido também como Real Digital, essa moeda digital proporcionará a liquidação on chain de ativos tradicionais em formatos digitais, que poderão ser transacionados entre carteiras virtuais com potencial uso de contratos inteligentes. O impacto dessa inovação no cenário econômico brasileiro e global está impulsionando a construção de tecnologias ainda mais robustas para viabilizar transações seguras e cada vez mais eficientes. 

A programabilidade no blockchain 

Uma das principais inovações para o mercado financeiro com a criação de uma moeda fiduciária como o Drex é a sua capacidade de programabilidade, um conceito que permite liquidações de transações entre ativos digitais e o Drex através do uso de contratos inteligentes. Essa característica diferencia os ativos tokenizados das simples representações digitais ao permitir execuções de funções e procedimentos automáticas e potencialmente reduzindo a necessidade de intermediários, o que desafia os modelos tradicionais e intensifica as discussões acerca das soluções de privacidade em blockchain e como mitigar riscos nesse ecossistema. 

Essa inovação já está sendo testada no setor de financiamento de veículos,

“O sucesso do BV no piloto do Drex demonstra o imenso potencial das moedas digitais para revolucionar o cenário financeiro brasileiro”. 

Campos Neto, do Bacen, enfatizou que a tokenização de ativos trará grande eficiência para o sistema bancário, reduzindo custos operacionais e melhorando a transparência nas transações. Além disso, o Drex está integrado a uma agenda mais ampla do Banco Central, que inclui projetos como o Pix, o Open Finance e, no futuro, iniciativas de Inteligência Artificial e Monetização de Dados. 

O papel da privacidade e segurança na segunda fase do Drex 

A segunda fase do Drex, iniciada em outubro de 2024, concentra-se na implementação de novos casos de uso para testar a rede, considerando privacidade das transações, uma questão de extrema relevância no contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), assim como escalabilidade, interoperabilidade, entre outros testes com parceiros, como a Rayls, estão sendo conduzidos para garantir que a tecnologia blockchain possa suportar todos os requisitos demandados pelo Bacen. 

Além disso, há uma expectativa de que o Drex seja uma ponte entre as finanças tradicionais (TradFi) e as finanças descentralizadas (DeFi), permitindo uma intermediação financeira mais eficiente, segura e em conformidade regulatória. A inovação trazida pelo Drex pode, em breve, abranger também contratos e registros de propriedade, facilitando o fechamento de negócios de forma mais rápida e segura. 

Uma nova era para a economia brasileira 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mencionou que, além de trazer mais eficiência ao sistema financeiro, a tokenização pode potencializar novos modelos de negócios no país, com foco em governança por meio de contratos inteligentes e oportunidades internacionais. Ele também ressaltou o papel crucial do Drex em fortalecer a integração entre finanças digitais e tradicionais, criando um ambiente robusto e regulado para o uso de criptomoedas e ativos digitais no Brasil. 

Com esses avanços, o Brasil se posiciona como um dos líderes globais na adoção de moedas digitais, colocando-se à frente de outras economias emergentes no que se refere à implementação da economia tokenizada. 

Este é apenas o começo de uma revolução financeira que promete transformar profundamente o cenário econômico brasileiro e global, facilitando transações, aumentando a segurança e criando oportunidades para todos os setores da economia. 

Fontes:  
Blockchain.Rio: Campos Neto revela que o BC se inspirou nos gamers para desenvolver o Pix e o Drex 

Economia tokenizada é tema de Campos Neto durante Blockchain.Rio 

'Code as Law': The tokenization of financial assets and the paradox of programmability