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Data: 05/02/2024
O processo de tokenização de ativos do mundo real, ou Real World Assets, converte ativos físicos em representações digitais.
Na prática, itens de arte, commodities, imóveis, títulos públicos, debêntures, ações - entre muitas opções - podem ser tokenizadas.
Em ascensão, o segmento avança gradativamente a partir de iniciativas das maiores instituições financeiras do mundo e também dos bancos centrais. O Brasil é um dos países com maior potencial de evolução, no médio prazo, por conta do desenvolvimento do Drex - projeto do real digital.
A seguir, detalhamos os principais pontos da tecnologia.
Real World Assets
Os RWAs ganham esse nome quando os ativos tokenizados passam a fazer parte da infraestrutura de blockchain. Por meio da tecnologia DeFi - ou finanças descentralizadas - os ativos tornam-se divisíveis, transferíveis e negociáveis.
Para as instituições financeiras, a tecnologia tem potencial de otimizar os sistemas e reduzir custos associados à gestão de ativos. Para os clientes, significa menos burocracia no momento de investir, isenção ou redução de taxas de intermediação e maior acesso a diferentes tipos de produtos.
“Trata-se de uma tecnologia que vem se desenvolvendo nos últimos três anos e tem potencial de mudar a maneira como conhecemos e interagimos não só com as nossas finanças, mas com qualquer ativo de valor do mundo físico”
Ativos tokenizados
Em teoria, qualquer ativo pode ser tokenizado. Hoje, no mercado financeiro, destaca-se a tokenização de títulos do tesouro, cotas de fundos, ouro - entre outros ativos. Por não existir uma regulamentação específica, os sistemas rodam os RWAs em ambientes controlados.
Detalhamos, abaixo, alguns dos principais casos de uso:
-Metais Preciosos: ao serem tokenizados, ouro, prata e outros metais preciosos podem ser adquiridos em porções fracionadas.
-Ações, títulos de dívidas e cotas de fundos: a tokenização traz ao mercado uma forma mais eficiente de negociar e liquidar títulos.
- Commodities: aportes em produtos como petróleo ou gás natural podem ser tornar mais acessíveis com a tokenização.
- Capital de risco: tokens de uma startup facilitam a transferência de propriedade e têm potencial de atrair mais investidores.
-Propriedade intelectual: patentes ou direitos autorais tokenizados podem ser adquiridos com menos burocracia e maior segurança.
- Bens de Luxo/obras de arte: produtos de alta qualidade tokenizados permitem que investidores adquiram cotas dos itens. É possível usar os bens como garantia de empréstimos.
- Créditos de Energia: a tokenização pode ser aplicada a projetos de energia renovável, permitindo que investidores participem do financiamento e da propriedade de iniciativas de energia verde.
Adoção entre instituições financeiras
De maneira ampla, os RWAs se traduzem na democratização do acesso aos serviços financeiros pelo potencial de facilitar empréstimos, transferências e investimentos. Não é por acaso que algumas das maiores instituições financeiras do mundo já promovem projetos que utilizam blockchain e contratos inteligentes com foco em serviços ligados à tokenização.
O JPMorgan, que iniciou pesquisas com blockchain em 2015, otimiza sua plataforma privada Quorum, criada como soft fork da Ethereum. O CitiBank, por sua vez, avança com o Citi Token Services para gestão de caixa e financiamento comercial com foco em clientes institucionais.
No Brasil, a Parfin vem apoiando tecnicamente grandes instituições: o Santander, durante o Lift Challenge do Banco Central, e o banco BV, no projeto piloto do Drex. Ambos são projetos piloto de tokenização que têm como objetivo facilitar a compra e o financiamento de veículos.
“Hoje já temos algumas plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) que estão preparadas, já possuem a infraestrutura necessária para prover soluções de empréstimos tokenizados aos ativos do mercado financeiro tradicional. Algumas parcerias novas deverão surgir e, certamente, a inovação que acontece em alta velocidade no mundo decentralizado vai impulsionar o mercado tradicional. Algumas peças que ainda são necessárias, como critérios de compliance e criação de uma identidade criptográfica, já estão em desenvolvimento.”
Padrão de token específico para RWA
A possibilidade de interligar os sistemas em uma infraestrutura de tokenização que vem sendo estudada pelas instituições financeiras em todo o mundo, é o caminho para a criação de um mercado global de tokens.
Um passo à frente nesse desafio foi dado em meados de dezembro de 2023, quando a comunidade da rede Ethereum aprovou o padrão ERC 3643, o primeiro a ser desenvolvido sob medida para rodar tokens RWA.
A adoção de um protocolo padrão estimula o desenvolvimento de aplicativos e projetos que gerenciam ativos tokenizados de forma mais eficiente. “Essa aprovação tem potencial de atrair ainda mais instituições financeiras e empresas para a tokenização, o que tende a acelerar a integração da blockchain Ethereum às finanças tradicionais”, diz Santos.
Relação entre Drex e RWAs
Embora o segmento tenha mostrado avanços significativos nos últimos anos, os ativos tokenizados só promoverão uma mudança real no mercado financeiro quando o dinheiro também for tokenizado.
Nesse contexto, o Brasil está um passo à frente do mundo ao promover o projeto do Drex - criação do real digital, que é capitaneado pelo Banco Central e tem previsão de lançamento em 2025. “A partir do momento em que uma moeda de curso legal tokenizada flui em sistema único, instituições privadas e clientes conseguirão capturar os benefícios da tecnologia”, pontua Santos.
Na prática, será possível, por exemplo, uma pessoa tokenizar o seu artigo de luxo de alto valor, como um relógio, e oferecer o bem em garantia para um empréstimo. “São possibilidades reais como essa que irão acelerar a criação de regulamentações específicas para o segmento, o que tende a destravar esse mercado não só no Brasil, como no mundo, até 2026”, diz Santos.
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