Parfin Insights

Como estruturar uma equipe de digital assets na sua instituição?

Data: 01/08/2023

Profissionais com habilidades multidisciplinares de negócio, regulação e especialização em blockchain são importantes na formação deste time

Quando falamos de inovação no sistema financeiro mundial, o Brasil é protagonista e mais uma vez estamos na vanguarda com o tema de ativos digitais. Os avanços da tecnologia blockchain, a atuação das entidades reguladoras e a busca por um mercado mais eficiente, fomentam um cenário ideal no país. O que falta agora é as empresas se prepararem para as possibilidades que virão nessa nova arena de negócios. Mas como estruturar uma equipe de ativos digitais de forma eficiente? 

Esta é uma jornada de educação e ambientação que exige planejamento, tecnologia de ponta e uma equipe de profissionais qualificados. O caminho passa pelo monitoramento constante do contexto de mercado e pela compreensão da capacidade da blockchain de resolver problemas crônicos e simplificar a cadeia de infraestrutura de processos, que atualmente é repleta de obstáculos e fricções.  

No entanto, a primeira etapa é entender se a tecnologia pode realmente fazer a diferença no seu negócio. 

A blockchain ajuda a resolver o problema de fato? Qual o sentido de tokenizar? Uma parte dos benefícios passa pela capacidade de programabilidade dos tokens e o enforcement legal das regras de negócio via operações de smart contracts automatizadas. “Não adianta usar a tecnologia de forma estática, sem trazer eficiência, gerar valor ou reduzir custos. Desde o início, o projeto já deve ser pensado como uma forma de melhorar a experiência atual e gerar um efeito de rede conforme a adoção”, defende Beatriz Fernandes, Head da área de Professional Services da Parfin. 

Tempestade perfeita 

Conjuntamente a avaliação técnica, é crucial analisar os movimentos dos principais atores de mercado. Grandes organizações com atuação internacional já contam com unidades dedicadas exclusivamente aos Ativos Digitais. No Brasil, o cenário está se consolidando, especialmente na indústria financeira, os participantes estão saindo da inércia em busca de um norte para se posicionarem estrategicamente.   

“A gente tem visto uma tempestade perfeita se formando no mercado brasileiro, puxada principalmente pelos reguladores”, argumenta Cavalin. A lei dos ativos virtuais, sancionada em dezembro de 2022, que regulamenta o setor de criptomoedas no País, o projeto de Sandbox Regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Resolução CVM 175, que permite que fundos de investimentos negociem criptoativos em contrapartes reguladas, são símbolos relevantes deste avanço.  

Nenhuma iniciativa, porém, é tão determinante e significativa quanto a moeda digital brasileira do Banco Central (BC) do Brasil. “O Drex vai catalisar essa onda de tokenização da Economia, e será o principal instrumento nativo de liquidação das operações em blockchain. Conforme analogia do próprio BCB, será o Pix do Mercado de Capitais. A gente acredita que essa inovação se estenderá também para outros setores e surgirão redes de propósito específico como: automóveis, imóveis, telecom, entre outras”, pontua Fernandes.

Em junho deste ano, o BC selecionou 16 propostas de participação no piloto do Real Digital, inclusive a Parfin é um dos players de infraestrutura selecionados. Entretanto, elas não são as únicas entidades com iniciativas atualmente.

“Diferente do Pix, essa infraestrutura de blockchain do Drex é pouco experimentada no mundo regulado e falta conhecimento em todos os níveis. Então na nossa visão, a hora de adquirir essa expertise é agora. Sempre existiu um custo atrelado ao atraso na reação, mas nesse caso o buraco é mais embaixo”, afirma Cavalin.  

Neste momento de quebra de paradigmas e formação de um novo cenário de infraestrutura legal, é necessário construir uma esteira de excelência interna com profissionais de habilidades multidisciplinares. “Ainda existem desafios a serem superados, mas quando os reguladores estão empurrando, o caminho é percorrido com mais clareza. Não à toa, tantos bancos já estão avançando nessa nova estrutura”, comenta. 

O melhor time 

Para a construção da equipe responsável pela visão de ativos digitais, a empresa precisa definir quais serão as atribuições do time. Cavalin descreve esse universo como um guarda-chuva que engloba os pilares de cripto e tokenização. Ambos, por sua vez, podem ser explorados para soluções B2B, B2C e B2B2C.  

São inúmeras as ramificações do sistema, que vai desde ofertar serviços de cripto, passando por tokenizar ativos do mundo real (propriedades, veículos e obras de arte, por exemplo), NFTs (com foco em benefícios), até ativos financeiros de valor mobiliário, e ativos de Mercado não organizado como crédito de carbono, recebíveis e precatórios.

“No futuro os bancos terão um papel fundamental na operação, guarda e distribuição desses ativos digitais, entregando na ponta uma visão 360 que consolide o novo ciclo de vida digital dos clientes. É o que chamamos de Custódia 3.0, onde as instituições farão a guarda de cripto e novos ativos tokenizados e, por outro lado, vão poder gerar serviços agregados a partir disso”, narra Fernandes.

Tem quem se alavanque em tecnologias de mercado, como: CaaS (Crypto as a Service), Custódia e Redes Blockchain Permissionadas, como as soluções da Parfin, e tem que deseje desenvolver essa infraestrutura interna no próprio negócio.

“O desafio é que começar algo assim do zero é bastante complexo e vai levar alguns anos. Cada blockchain tem uma forma de trabalhar, com seus próprios mecanismos. A Parfin realiza investimentos pesados, e conta com um time global altamente qualificado, incluindo criptógrafos e PhDs que se aprofundam constantemente nesses temas”, exemplifica.  

A partir da definição desses pilares essenciais, ele defende que a equipe deve ser constituída de pessoas qualificadas em diferentes atribuições. “É necessário ter  profissionais com skills técnicos em infraestruturas web3, cybersecurity, times de produto (Cripto e Tokenização) que vão desenhar as novas jornadas de clientes, e especialistas em questões regulatórias”, enumera Fernandes. “Daí, busca-se formar um time que responda determinadas demandas específicas: como você vai plugar isso no negócio atual? E garantir interoperabilidade entre o legado e o novo mundo tokenizado? Como a conciliação da contabilidade do banco, por exemplo”, questiona. 

A próxima etapa é de testes e consolidação. Cavalin sugere que o time desenvolva as soluções em ambientes controlados (Labs), onde é possível aplicar as inovações, entender o que funciona ou não e ajustar os fluxos em busca de eficiência.  

“Elaboramos uma abordagem pragmática para testar as hipóteses de negócio, aperfeiçoar o modelo e escalar quando todos os ângulos estiverem validados. Nossa missão é apoiar as organizações a lidarem com essa disrupção e remodelarem seus negócios através de uma estratégia acertada de ativos digitais. O mundo vai rodar em trilhos de blockchain, o quanto antes as instituições abraçarem essa revolução, mais relevantes vão estar para a sociedade.” conclui Cavalin.

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